Lirandzu by Vet
SKU: BT-VT-LI-AZSMPRMXH | EAN: BT-VT-LI-AZSMPRMXH
Lirandzu, palavra que significa Amor em língua Ronga, falada no Sul de Moçambique, deu nome ao tema "Lirandzu" tratado por Vet em batik, revelando uma visão intimista das relações humanas, do amor e paixão no contexto cultural de Moçambique. Através das suas obras, Vet captura a essência do amor romântico e a sua relevância na vida social, bem como o seu significado cultural e simbólico.
O tema "Lirandzu" é executado nos formatos horizontal e vertical, nos tamanhos Maxi, Grande e Médio e com fundos de diversas cores.
Lirandzu, palavra que em língua Ronga significa Amor, deu nome ao tema “Lirandzu"” pintado em batik, que é um dos muitos abordados transversalmente pelos artistas moçambicanos. Falada no Sul de Moçambique, a língua Ronga, com a sua sonoridade encantadora, é um dos idiomas nativos que integra o conjunto das línguas Tsonga, um dos subgrupos do grande grupo das línguas Bantu.
Este tema emerge do impacto emocional vivenciado por Vet no seu contacto com a obra de Gustav Klimt intitulada "O beijo" (título original em alemão: Der Kuss), pintura a óleo com incorporação de folhas de ouro, prata e platina. Esse notável pintor simbolista austríaco criou a aludida obra num período situado entre 1907 e 1908, a chamada "Fase Dourada", tendo a mesma sido exposta em 1908 com o título Liebespaar (Amantes, em alemão). Impressionado com o brilho dourado da obra, que remete para o barroco, Vet reinterpretou o tema, impregnando-o da vivacidade das cores, sem que o resultado final perdesse a vertente emotiva... intitulando-o "Liranzdu", ou "Amor", em língua Ronga.
Rapidamente Vet foi secundado por outros artistas, que, em batik, pintam esse emotivo tema que alude à profundidade das relações humanas, do amor e da intimidade no seio do contexto cultural de Moçambique. Através das suas obras e com o seu traço único e distintivo, cada artista, quando pinta o tema "Lirandzu" em batik, capta e reinterpreta a essência do amor romântico e a sua importância na vida social, bem como o seu significado cultural e simbólico.
Ao desenvolver o tema "Lirandzu" na sua obra, os artistas utilizam o batik como suporte de imagens que retratam casais em momentos de ternura e intimidade, recorrendo a paletas de cores vibrantes e padrões detalhados para dar vida a essas cenas, em que se destacam a beleza e a complexidade das relações amorosas. As figuras são frequentemente mostradas em poses afectuosas, partilhando momentos de alegria, tristeza e conexão emocional que exprimem, em clara linguagem não verbal, o sentimento que as une.
Em Moçambique, como em muitas culturas africanas, as relações amorosas são perspectivadas não apenas como um vínculo pessoal, mas também como uma parte integrante da estrutura social e comunitária. O casamento e os relacionamentos românticos são cercados por rituais, celebrações e tradições, como é o caso do Lobolo – o casamento tradicional – que reforçam os laços entre famílias e comunidades. Ao retratar o romance em "Lirandzu", os artistas exploram essa dimensão social e cultural do amor, revelando o modo como esse sentimento íntimo e profundo é celebrado e valorizado na sociedade moçambicana.
O tema "Lirandzu" incorpora, frequentemente, símbolos tradicionais de amor e união, como corações, flores e padrões entrelaçados. Esses elementos simbolizam a ligação profunda entre os amantes e a promessa de fidelidade e apoio mútuo. Os artistas utilizam nas suas obras uma linguagem simbólica enriquecendo cada batik com camadas adicionais de significado, conectando as representações modernas do amor com símbolos culturais intemporais.
Ao abordar o tema “Lirandzu”, os artistas não só celebram o amor romântico, mas também reforçam a importância das relações humanas na cultura moçambicana. As suas obras servem como um lembrete do papel relevante do amor e da união na vida quotidiana e nas tradições culturais. Através de representações artísticas, os artistas pintores de batiks promovem uma compreensão mais profunda da centralidade e valor do amor enquanto cimento que aglutina as relações amorosas na construção de uma comunidade coesa e resiliente.
As obras que abordam o tema “Lirandzu” convidam os espectadores a reflectir sobre suas próprias experiências e relacionamentos, evocando emoções universais de amor, desejo, esperança e vulnerabilidade. Ao criar uma conexão entre a arte e a vida real, os artistas utilizam a sua técnica para captar momentos íntimos e significativos, permitindo que os seus trabalhos encontrem eco em públicos de diversas origens culturais.
O tema “Lirandzu” é, pois, um contributo dos artistas moçambicanos para a diversificação e enriquecimento da arte moçambicana, oferecendo as suas obras uma nova perspectiva sobre o amor e as relações, destacando a sua relevância cultural e social. Ao combinar técnicas tradicionais de batik com temas contemporâneos, os artistas contribuem para a criação de pontes que ligam o passado ao presente, e a tradição à modernidade.
O tema “Lirandzu”, tratado pelos artistas nos seus batiks, é uma ode rica e multifacetada ao amor romântico e à sua importância cultural e social. Através das suas obras, os artistas celebram a beleza e a complexidade das relações humanas, destacando a sua centralidade na vida quotidiana e nas tradições culturais de Moçambique. A sua arte é uma celebração do amor romântico, e um convite à reflexão sobre a importância das relações sólidas na construção de uma sociedade forte e unida.
A tabela abaixo informa os diversos Tamanhos, Formatos e Medidas com que, tradicionalmente, os artistas executam os batiques, sendo que as medidas apresentadas são aproximadas e meramente indicativas, dado tratar-se de obras com carácter artesanal.
TAMANHO
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Formato Horizontal (A) Altura - até: |
Formato Horizontal (L) Largura - até: |
Formato Ve cmrtical (A) Altura - até: |
Formato Vertical (L) Largura - até: |
MAXI | 90 cm | 120 cm | 120 cm | 90 cm |
GRANDE | 75 cm | 100 cm | 100 cm | 75 cm |
MÉDIO | 50 cm | 75 cm | 75 cm | 50 cm |
QUADRADO | 33 cm | 40 cm | 40 cm | 33 cm |
ESTREITO | n/a | n/a | 60 cm | 20 cm |
1- n/a - não aplicável (o tamanho "Estreito" não é executado pelos artistas no formato horizontal);
2- Estas medidas não se aplicam às obras do artista Rungo, para saber mais consultar a página do artista.
SUGESTÕES PARA EMOLDURAR O SEU BATIK
NOTAS PRÉVIAS
O batik pode ser montado em bastidor sendo este, depois, instalado em moldura de caixa americana ou entre vidros com moldura de caixa normal, devendo o vidro de trás, neste caso, ser vidro normal, e o vidro da frente, vidro anti reflexo.
Antes da montagem, o batik deve ser passado a ferro sem vapor e com temperatura média-baixa. Para o efeito, há que considerar que, devido ao processo de elaboração, o batik se encontra impregnado com cera de velas, o que protege a cor, pelo que, para o passar a ferro, o mesmo deve ser colocado entre duas folhas de papel vegetal ou papel caqui (ou kraft), não devendo o ferro contactar directamente a tela. O batik, que em caso algum deve ser dobrado para não ficar com marcas de vincos, deve ser enrolado entre duas folhas de papel depois de passado a ferro, e emoldurado o mais brevemente possível.
É importante ter em conta que o batik tem as faces do direito e do avesso, pelo que se deve reparar na assinatura do autor (normalmente junto a um dos cantos inferiores), a qual identifica a face do direito do batik, que, no processo de montagem, deve ser colocada virada para a frente, ou seja, para o observador.
A moldura pode ser em madeira pintada, alumínio lacado ou outro material, de acordo com o gosto do Cliente, tal como a sua cor e a forma do seu perfil, sugerindo-se, para um melhor resultado, a opção por uma moldura com perfil rectangular nas cores preto mate, dourado ou prateado.
Para optimizar o aspecto final do conjunto, poderá optar-se pela montagem do batik de acordo com o estilo tradicional, em que o perfil da moldura, em madeira não texturada na cor “preto mate”, se apresenta com secção rectangular.
MONTAGEM EM MOLDURA DE CAIXA AMERICANA
A montagem é feita sem vidro, sendo, talvez, a possibilidade de montagem que mais coloca em evidência a beleza do batik. Deve guardar-se uma distância de até 10 mm entre a face interna da moldura de caixa americana e o limite do bastidor com a tela montada, podendo optar-se por uma de três cores - preto mate, dourado ou prateado ou outras - de acordo com as cores presentes no batik e o gosto pessoal do Cliente, conforme imagem abaixo.
MONTAGEM ENTRE VIDROS
Na imagem abaixo, o espaço branco em torno do batik representa a zona translúcida (permitindo ver a parede) entre o limite exterior do batik e o limite interior da moldura, devendo a largura dessa zona translúcida ser adequada ao tamanho do batique, conforme se sugere na tabela abaixo.
Aspecto de batik colocado em parede branca
Em qualquer caso, o perfil da moldura deve ser adequadamente dimensionado de modo a suportar o peso do conjunto, sugerindo-se, na tabela abaixo, e a título indicativo, medidas do perfil de acordo com os diversos formatos e dimensões de batik.
Notas importantes:
1- Cada batik é uma obra de arte única e irrepetível, pintada com tinta hidro-dispersível pelo que não pode, em caso algum, ser lavado (à mão ou na máquina), molhado, ou limpo a seco, sob pena de danos irreversíveis e irreparáveis. Para manter o óptimo aspecto do seu batik, deve evitar-se a sua exposição à luz directa do sol.
2- Todos os batiks são vendidos pelo preço indicado, sem moldura.
3- Caso pretenda o seu batik emoldurado, contacte o nosso serviço de Apoio ao Cliente, podendo fazê-lo através do número (+351) 922 215 699 (chamada para a rede móvel nacional, ou por email para info@batikart.pt (nota: o serviço de montagem de batiks é executado sob consulta e pré pagamento, estando a modalidade de montagem entre vidros disponível apenas em Portugal).
O Artista
Silvestre Maguana, conhecido pelo nome artístico "VET" é um dos mais geniais artistas moçambicanos, um grande entre os grandes, cuja arte em batik reflecte uma profunda conexão com a cultura, tradições e crenças de Moçambique. Utilizando técnicas ancestrais e uma sensibilidade artística singular, Vet consegue captar a essência do seu povo e do seu país através das suas obras.
O batik é uma pintura em que é utilizada a técnica com o mesmo nome, que consiste na pintura em tecido com tintas hidro dispersíveis com a utilização de cera, para isolar as pares já pintadas, de modo a criar padrões e imagens intricadas. Originária da Indonésia, esta técnica milenar foi incorporada por várias culturas africanas, incluindo a moçambicana. Vet domina esta técnica com maestria, aplicando camadas de cera e tintas em sucessão para produzir obras-primas ricas em cor e textura. As suas criações são conhecidas pela complexidade dos detalhes e pela profundidade das histórias que contam.
Moçambique é um país de imensa diversidade cultural, composto por várias tribos ou etnias, cada uma com suas próprias tradições e práticas culturais. A arte de Vet reflecte esta riqueza, incorporando elementos de diferentes grupos étnicos e as suas histórias. Vet utiliza o batik para celebrar a diversidade cultural do seu país, destacando aspectos da vida quotidiana, cerimónias tradicionais e símbolos culturais. As tradições moçambicanas são uma fonte inesgotável de inspiração para Vet, que capta a sua energia e espiritualidade através das suas obras, trazendo à vida a importância cultural e social de práticas ancestrais.
As crenças espirituais desempenham um papel crucial na vida dos moçambicanos. A ancestralidade, os espíritos da natureza e as forças sobrenaturais, que confluem em Xikwembo (o Grande Espírito ou Deus) são elementos que influenciam e modulam a obra de Vet, que utiliza símbolos e imagens que reflectem singelas crenças, criando uma conexão entre os mundos material e espiritual. As máscaras, por exemplo, são um tema frequente nos seus trabalhos, representando não apenas a identidade cultural, mas também a ligação aos espíritos ancestrais.
As máscaras são elementos centrais nas obras de Vet, carregando significados profundos e multifacetados. As imagens de máscaras são utilizadas em várias culturas moçambicanas para cerimónias rituais, danças e celebrações. Vet captura a essência dessas máscaras, explorando temas como masculinidade, feminilidade e família, máscaras essas que são obras-primas de detalhes e simbolismo, reflectindo a riqueza cultural e espiritual do seu povo.
Para além dos rituais e das crenças que convergem no tema das máscaras, Vet dedica grande parte de sua obra a aspectos relacionados com a realidade de Moçambique, abordando temas que retratam o Amor de Mãe, o Amor romântico - Lirandzu, em língua Ronga - animais mágicos, embondeiros encantados, bailarinas plenas de misticismo, entre outros relacionados com as lendas e superstições que povoam o imaginário dos moçambicanos, em representações impregnadas de cor e vitalidade que celebram a simplicidade e a beleza da vida quotidiana
A originalidade de Vet na pintura de batiks é marcada pela mais apurada técnica de manipulação da cera e tinta para criar padrões complexos e vibrantes. Utilizando uma paleta de cores rica e variada para dar vida às suas imagens, recorre a combinações de formas abstractas e figurativas que resultam em composições visualmente impressionantes, revelando um traço poético que é, ao mesmo tempo, tradicional e inovador, pela combinação de elementos clássicos da narrativa em batik com uma surpreendente abordagem contemporânea.
Vet não é apenas um artista, sendo, outrossim, um guardião da cultura e um contador de histórias. Através da sua obra, Vet mantém vivas as tradições, crenças e práticas culturais de Moçambique, projectando a sua arte como um registo visual da identidade moçambicana, educando e inspirando tanto as gerações actuais, como as futuras.
A obra de Vet tem um impacto significativo tanto no cenário artístico quanto na sociedade moçambicana. As suas actividades enquanto artista levam a arte moçambicana a um público global, contribuindo para aumentar a visibilidade e o reconhecimento da cultura do seu país, utilizando a arte como um instrumento para promover a valorização cultural.
Vet é um artista cujo trabalho transcende a simples criação estética, fazendo a ponte entre o passado e o presente, entre a tradição e a modernidade, e, através das suas obras, ele captura a alma de Moçambique, reflectindo a sua diversidade cultural e as ricas tradições e crenças espirituais. A sua arte é uma celebração da vida, uma homenagem às raízes culturais e um convite à reflexão sobre a identidade e a herança cultural.
Importa ainda frisar que a qualidade estética e a surpreendente inspiração plasmadas nas obras de Vet incluem-no, por direito próprio, no mais excelso e restrito grupo dos artistas moçambicanos mais inovadores e criativos da actualidade, excedendo, largamente, tudo aquilo que, por palavras, se poderia dizer da sua obra que não seja tratar-se de peças com um elevado valor coleccionista, as quais - em nossa opinião - verão largamente incrementado o seu valor venal no futuro.