A técnica de pintura batik é uma forma de arte milenar, originária da Indonésia, que terá chegado a Moçambique em consequência dos movimentos migratórios emergentes das explorações marítimas portuguesas. Trata-se de uma técnica de pintura em que é utilizada cera para criar desenhos em tela de algodão, que são posteriormente tingidos. A cera actua como um obstáculo à absorção da tinta, permitindo criar padrões e desenhos complexos através da aplicação de múltiplas camadas de cera e tinta.
Fases da técnica batik:
Preparação do tecido: O tecido é esticado e preparado para receber a cera.
Aplicação da cera: A cera derretida é aplicada sobre o tecido, criando desenhos ou padrões com a ajuda de pipetas batik ou outros instrumentos.
Tingimento: O tecido é mergulhado ou pintado com tinta preparada com pigmentos cromáticos hidrodispersíveis, não sendo tingidas as áreas protegidas pela cera.
Remoção da cera: A cera é removida por efeito de fricção da tela, que depois é passada a ferro entre duas folhas de papel (vegetal ou caqui), revelando o desenho final no tecido.
Repetição do processo:
O processo pode ser repetido várias vezes para criar diferentes camadas de cor, texturas e desenhos.
Detalhes importantes:
- A cera utilizada pelos artistas em Moçambique é, habitualmente, cera de velas, essencial para criar as áreas de protegidas impedindo a tinta de penetrar.
- A técnica permite criar efeitos únicos, como rachadelas (craquelé) na cera, que adicionam um toque especial ao resultado final.
- A escolha da cor, a ordem de aplicação e a espessura da cera influenciam o resultado final, permitindo a concretização do grande potencial criativo dos artistas moçambicanos.